
Foto: Bruna Pimenta
por Tuma
Quilhas assestadas contra as vagas vultuosas, empreende-se a viagem! O Tolo toma pelo leme seu navio e passa a passear com pressa pela próspera cidade, a Prospera que em meio à terra é uma ilha, a Prospera que de Miranda é mais mãe (ou seria pai?) que irmã.
O sol está bem escondido atrás das nuvens cada vez mais volumosas. Mal se sabe se é dia ou noite. O Navio sabe, porém, que o Capitão tem pressa, e corajoso enfrenta as ondas. As vagas acertam em cheio o casco, inundam e enchem de água o convés, mas os marinheiros permanecem em seus postos.
Deixara Ariel poucos minutos atrás. O homem se despedira dele na porta da gravadora, e ele correra debaixo da chuva direto para dentro do carro. Levava consigo somente as roupas do corpo, o velho revólver do porta-luvas, sempre presente para as emergências, e uma fita cassete, que guardara muito em segurança no bolso do casaco.
As ruas da cidade estavam congestionadas. A chuva só piorava e andar de carro, ou mesmo a pé, era uma temeridade. Tudo era vulto e palidez. Nada havia que se visse bem. Ele se viu obrigado a parar na calçada sob uma ponte e esperar a tempestade passar.
Mas ela não passava.
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