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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Através do espelho obscuro, capítulo 45


Foto: Guilherme Carnaúba

por Tuma

Os anos ao lado de Miranda passaram-se como um sonho. E foram muitos. Ferdinando e Miranda Peregrino Nápoles, os dois amantes, logo se tornaram conhecidos na cidade. A peculiaridade de um desmemoriado herdeiro de uma das mais importantes famílias da cidade casar-se com uma descendente de ciganos atraiu a todos.

Eles, porém, pouca importância davam a isso. Miranda, naturalmente, sabia da condição de Ferdinando, e por diversas vezes passavam horas conversando, tentando encontrar algum jeito de chegar ao passado. Mas era inútil. Com o tempo, acabaram se esquecendo disso, e Ferdinando passou a fingir que sempre morara em Miranda e sempre fora herdeiro dos Nápoles.

No terceiro ano de casados, Lino, dono do armazém, morreu, e Ferdinando comprou o estabelecimento da filha dele, que queria se mudar para outra cidade. Miranda, que trabalhava como enfermeira em um posto de saúde, saiu de seu emprego e foi cuidar, junto ao marido, dos negócios da família.

Já estavam casados há cinco anos quando uma outra estrela surgiu no céu daquele homem que um dia fora o Tolo, o desmemoriado. A estrela se chamava Sabine, um bebê gracioso, radiante, puro, fruto do amor entre Ferdinando e Miranda. Para comemorar a chegada da filha, Ferdinando mobiliou um quarto só para ela, e aproveitou para trocar a
mobília de praticamente toda a casa. As únicas coisas velhas que manteve foram as roupas e a caixa que Nino lhe legara, escondidas, porém, no fundo de um armário.

Naquele tempo, Ferdinando já não mais se preocupava com nada. Tinha duas convicções: que seu passado permaneceria para sempre enterrado, fosse ele qual fosse, e que Nino estava bem em suas viagens, e um dia mandaria lembranças. O gato, Miranda o batizara de Momo, mas ele não demonstrou gostar nem desgostar da alcunha, e estava sempre com a família, os acompanhando para todo lado. Assim, formavam um quarteto perfeito. Ferdinando, Miranda, Sabine e Momo, o quarteto fantástico da cidade.

Pela primeira vez desde que acordara em um carro sem suas memórias, a Ferdinando não faltava nada: agora, ele estava plenamente feliz.
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3 comentários:

João G. Viana/Pudim disse...

...até que...

Tuma disse...

Hahahahah, tá tão óbvio assim?

João G. Viana/Pudim disse...

Pra quem sabe mais do que deveria