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domingo, 14 de dezembro de 2008

Para ler com pressa.

por Stefano Manzolli.
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GENTE QUE NÃO SABE AMAR.
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"Nosso amor será eterno!", "Não sei viver sem você!", "Só você me faz feliz!"... quantas vezes não disse frases parecidas com essas ao pé do seu ouvido? Quantas e quantas vezes prometemos ficar lado a lado nos momentos difíceis?
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Ah!, como fui tão tolo de acreditar em... nós! Num futuro bonito e límpido... juntos! Depois de quatrocentos e trinta e dois dias de paixão, você pediu as contas, eu fechei a caderneta e nem sequer sobrou uma pontinha de Bento Santiago em mim.
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Depois de tanto tempo, estou decidido: não acredito mais em juras de amor. Também, não as faço mais - deixo que o amor seja demonstrado através dos carinhos, da falta de ar, do coração pulsando veloz e o brilho indissimulável nos olhos. Deixo o amor germinar lá dentro da alma e transparecer aos poucos em mim - por mim... assim, só assim, as palavras passam a não ter sentido para expressar esse nobre sentimento.
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Para ser bem franco, nós éramos imaturos e não sabíamos amar. Por isso, nosso amor era amor de palavras - frágil e vulnerável às tempestades de areia dessa vida. Numa delas, ele rompeu, morreu, tornou a ser pó debaixo dos tapetes persas de sua tia-avó.
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Ontem, por exemplo, quando nos encontramos na padaria, achei que não suportaria lhe ver com aquele seu novo namoradinho, mas... eu não senti nada. Na-da, nem uma vontade de estar no lugar dele, nem o desejo de ter o meu corpo abraçado ao seu.
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Você me viu primeiro, mas não cumprimentou calorosamente - nem eu. O papo foi padrão e nenhum dos dois se atreveu a perguntar nada além de como ia a vida e o trabalho. Despedi-me rápido (mentindo sobre estar atrasado para o café da manhã), você também não insistiu que eu ficasse. Enquanto partia, fez questão de não me acompanhar com os olhos - deixei por isso mesmo.
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Quando entrei no carro e vi, de longe, os seus lábios colarem aos dele, pude entender a maior das verdades: o amor acaba e os corações, antes aquecidos pelo sentimento frenético, ficam mais frios que fornada de pães franceses.
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Foto por Rapha Abreu

4 comentários:

Anônimo disse...

lindo, lindo, lindo!
eu amo o que você escreve...

beijos, ná =]

Unknown disse...

Muito bom, parabéns

João G. Viana/Pudim disse...

Bom pra quem ficou com saudades de "Capitu"
Ótimo texto!
Carpe Noctem

Anônimo disse...

Seus textos são tão bem escritos que não consigo saber se o que você escreve é ficção ou realidade. Realmente parece que você brigou com a (ex-)namorada e veio aqui "desabafar"...

Érico
(do Anglo Americana)