Na Contramão

Foto por: Bruna Pimenta

Ser jovem: em cada época da História, isso representou uma coisa diferente. Mas, em todos os casos, era algo bem definido. Já nós, jovens que nascemos no final do século XX e adolescemos no início do século XXI, não temos identidade. Ou melhor, nossa identidade é a diversidade: se antes uma “tribo” marcava um período, hoje há uma tribo em cada esquina.

Ao mesmo tempo, na contramão dessa diversificação da cultura e das identidades, os jovens continuam sendo vistos como uma massa única de seres que não pensam, e só querem consumir e se divertir até o esgotamento. Por isso, nós alunos do Anglo Taquaral resolvemos dar a cara a tapa para provar que não, os jovens não são, cada um deles, um mesmo estereótipo ambulante.

Somos, ao contrário, seres individuais, singulares, que existem e se relacionam com o mundo cada um à sua maneira. Não somos alienígenas, não somos bizarros, ou esquisitos (não mais do que qualquer ser humano): somos normais, no sentido em que temos amigos, família, desejos e medos. Somos normais, no sentido em que todos temos corpos parecidos. Somos normais, no sentido em que todos temos idéias sobre o mundo e sobre o estado das coisas.

Mas aí acabam as semelhanças: o resto, todo o resto, é diferente. E é por isso que esse espaço existe: para mostrar que essa juventude cheia de informação sabe selecionar e utilizar a informação que lhe chega aos olhos e aos ouvidos. Para mostrar que essa juventude pensa, tem idéias, e faz alguma coisa com essas idéias. Para mostrar que nós produzimos arte, que nós gostamos de arte, tanto quanto de diversão.

Nós não queremos mais ser taxados de os alienados, os perdidos. Nós queremos a liberdade de dizer o que pensamos, e de sermos ouvidos, e levados em conta. Nós queremos mostrar pro mundo que nós podemos mudá-lo, e que nós vamos mudá-lo, e que ele não tem escolha.

Nós somos nós mesmos. Nós queremos ser nós mesmos.

E por isso, todos estão convidados a ajudar a provar todas essas coisas: idéias, textos, fotos, desenhos, filmes, músicas: tudo é bem vindo. Esse espaço é nosso, pertence a nós, e ninguém pode tirá-lo da gente. Vamos aproveitá-lo, então, ao máximo: não podemos dar àqueles que não acreditam em nossa capacidade a chance de dizer: “eu já sabia”...
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