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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Razões para ver um filme de quatro horas


Imagem: Rodrigo Ciampi e João Paulo Ferreira
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por Tuma

Ok, vá lá: o cineasta Alfred Hitchcock bem disse que a duração de um filme deveria levar em conta a necessidade fisiológica de ser humano de ir ao banheiro. O que é um comentário de muita... relevância.

Porém, não deixa de ser verdade que algumas histórias precisam de muito tempo para serem contadas. Ou alguém aí consegue imaginar os filmes da trilogia “O Senhor dos Anéis” com menos de suas três horas cada?

O problema, acho eu, é que nós todos perdemos um pouco a paciência para ouvir uma longa história, ainda nos ritmos que elas são contadas pelos outros. Não temos disposição, muitas vezes, de entender que o modo como uma história é contada depende integralmente de quem está contando: se como seus pensamentos se organizam, de como essa pessoa respira, de como ela fala.

O mesmo se aplica aos filmes. Uma característica marcante dos filmes atuais, ao menos os mais comerciais, é o fato de nenhuma cena ser muito longa. O período decorrido entre um corte e outro não passa de uns poucos segundos. Não se deixa, enfim, o espectador olhar por muito tempo para o que está acontecendo.

Os cortes rápidos podem sim ser bem usados, mas podem também servir para esconder as falhas de um filme. É só colocar um monte de cores, barulhos e efeitos especiais, tudo isso aparecendo num ritmo frenético na nossa cara, que ninguém percebe o quão ruim é a história, o roteiro, os atores...

Claro que filmes desse tipo são necessários. É muito bom ver um filme totalmente sem cérebro, de pura pancadaria ou besteirol. Cinema é, também, diversão, e não há problema nenhum nisso. Contudo, é necessário também variar, e ver filmes de outros tipos: Filmes lentos, reflexivos, calmos... o famoso filme “parado”, bem diferente de muitos dos que são feitos atualmente.

A questão não é, sempre, que os filme não tenham mesmo história, ou que não acontece nada. Mas estamos tão amortecidos pelos filmes ultrarápidos, ultracoloridos e ultrabarulhentos que qualquer filme mais lento, mais silencioso, ou em preto-e-branco (o terror de muitos adolescentes), mesmo que tenha uma história envolvente ou ação, acaba sendo tachado de “chato”.

Nessa categoria acabam se inserindo, injustamente, os filmes de quatro horas. Os chamados épicos, filmes em sua maioria feitos na Era de Ouro de Hollywood, são renegados por diversas razões. Uma delas histórica: os épicos de hoje são bem diferentes dos de ontem: motivos comerciais forçaram os filmes desse tipo a se tornarem menores, para possibilitar uma maior número diário de exibições, e portanto um maior lucro.

Outra razão é aquela que eu comentei acima: é meio difícil convencer qualquer um de que assistir a um filme de 50, 60 anos, com quatro horas, seja um programa divertido. Mas é, acreditem. Ainda é delicioso colocar filmes como “...E o Vento Levou” ou “Lawrence da Arábia” e ficar lá horas acompanhando os personagens em suas grandes sagas envolventes e emocionantes. Pode parecer difícil no começo, se acostumar com o ritmo, se acostumar com a idéia de que vai durar quatro horas... mas no final, repito, vale a pena, nem que seja necessário pausar para ir ao banheiro.

3 comentários:

ﯜǿҜєЯร™.Lucas.. disse...

Tem filmes que com mesmo com 4 quatro horas de duração, quando acaba, fica com um gostinho de quero mais.
Ou então você fica pensando como que poderia continuar. =O

João G. Viana/Pudim disse...

Haha, texto excelente.
Valeu, Tuma, por me apresentar os filmes com ritmo lento :D

tati fadel disse...

adorei o desenho! fiquei horas viajando.
e devo confessar que poucos diretores têm tanto a dizer a ponto de me prenderem na frente da tela por mais de duas horas. Concisão pode ser uma virtude inteligente.