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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Evolução dos valores

por Gabriela Andrade

A festa estava quase acabando, os convidados indo embora, com sorrisos alegres, gestos extravagantes de felicidade, trazidas com a festividade e com a ingestão de tanta euforia a altas horas e até mesmo pelo cansaço que tiveram antes de tudo começar. Ali sentada, ela sabia que não conseguiria diminuir sua ansiedade, tentou olhar o final da festa e juntar os movimentos de todos como um só, para ver se conseguia mudar sua atenção. Estava cansada, cansada de tantas máscaras que eram colocadas pra ninguém ver a verdade, ali ela sabia que muitas pessoas se passavam por coisas que não eram, ou coisas que nunca iriam ser, sua mãe sempre dizia que ela deveria aprender a se portar e não agir de forma grosseira ou como criança na frente de todos, que ela já estava virando uma mocinha e tinha que aprender a viver no mundo dos adultos. Aquela festa apenas mostrava que todos faziam o mesmo que ela, fingiam ser algo para participar de um grupo de pessoas, onde nada nem ninguém os pudesse criticar. Todos pegaram os talheres certos, os copos certos, comeram tudo o que lhes fora posto no prato e mandaram comprimentos ao cheff, porém ela sabia que nada do que lhes fora servido seria reproduzido ou até mesmo que fora apreciado, ela mesma não tinha tido vontade nenhuma de provar daquele banquete, mas sua mãe já havia jogado dúzias de olhares mal encarados, como se dizendo que era melhor que ela se portasse do melhor jeito, ou iria se arrepender. Ela ficou quieta a noite inteira, não deu palpite em nada, tudo estava muito bom, e muito bem, havia se acostumado a engolir sua verdadeira opinião e sempre dizer o que os outros queriam ouvir, assim como lhe fora ensinado. Ela já havia sido recriminada tantas outras vezes, por tentar fazer o que queria, por tentar pensar como queria, por querer fazer as coisas do seu jeito e como achava certo. Havia perdido a alegria e a inocência de criança há muito tempo, nada a assustava mais, havia aprendido do jeito mais difícil que quem tem poder compra a verdade que quiser e ela era apenas um peão naquele jogo todo. Toda a sociedade já estava acostumada a criar seres não pensantes, adultos que aprenderam quando pequenos que a verdade podia ser ajustada para que pudesse se dar bem, a sociedade já estava saturada dessas pessoas, desonestidade e mentiras manchando o governo de hipocrisia e homens que só tinham ganância os guiando. Agora depois que todos foram embora ela não iria para casa, iria pra longe, estava casada com alguém que não amava, iria entrar em uma família que não queria, iria fazer parte de um grupo de pessoas que viviam de aparências. Ela sabia que estava condenada, nada mais poderia ser mudado, mas sabia que um dia poderia ensinar seus filhos a terem uma visão e opinião e espalhá-las pelo mundo.


Foto por Bruna Pimenta

3 comentários:

João G. Viana/Pudim disse...

Boa, Gabriela!
Muito legal, viu?
Continue escrevendo aqui, ficou muito bom

Unknown disse...

É difícil conseguirmos manter nossa opinião e sermos quem realmente queremos ser, em algumas situações. Porém, a verdade é: Se fingimos ser quem não somos para agradar aos outros, quem realmente somos?
Serei aquele que finge para agradar aos outros, ou serei aquele que agrada a si mesmo, ao não ter que fingir para os outros?
Muito bom o seu texto!
;*
Dani - 2º A

Unknown disse...

Ola gabi.. a gente as vezes se sente assim.. entre a cruz e a espada.. Entrar na sociedade ou nao?

Passou bem o sentimento!

beijokas
Tina