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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Através do espelho obscuro, capítulo 12


Foto: Guilherme Carnaúba

por Tuma

A mulher cambaleia no meio da estrada, e cem mil carros passam por cima dela. Dirige cada um deles um homem velho, e ao seu lado uma moça, talvez a filha. Correndo alucinado atrás de todos, um carro somente. Agarrado ao volante, o rapaz, olhos injetados de fúria e sangue.

Na curva de uma colina, o homem e a moça somem. O rapaz alucinado corre ainda mais em seu encalço, mas o carro já é lembrança na estrada. À frente dele, ao invés de sua caça, um enorme vulto se ergue. É uma fábrica de chaminés gigantescas jogando fumaça no ar, uma máquina de fazer tempestades.

Relâmpagos ricocheteiam, trovões ribombam. Os trovões falam, e o rapaz ouve o que eles dizem. Atento às palavras, se aparta da estrada. Vindo da outra direção, um carro, mítico, voa sobre quatro rodas e se choca contra o automóvel do rapaz. Os monstros de fogo e aço se entrelaçam, fundem-se. E o rapaz morre, sangrando entre as ferragens, sem terminar de ouvir o que os trovões diziam.

Olhos injetados. Tempestade. Sangrando entre as ferragens.

João acordou e se viu envolto pela névoa da manhã.
.

Um comentário:

João G. Viana/Pudim disse...

=O
sem palavras...
(comentário um tanto quanto desnecessário)