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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Dia qualquer

texto por: Gabriela Andrade


Ele estava terrivelmente atrasado, saiu do carro apressado, não acreditava que havia perdido tanto a hora naquele lugar, como pode ser tão distraído? Agora não havia tempo pra pensar, nem reclamar, precisava chegar rápido. Virou a direita, ele tinha certeza que era por aqui, tinha certeza que estava no caminho certo. Não tinha muito tempo por isso não podia parar pra pensar, seu foco estava apenas em chegar o quanto antes ao seu destino, olhava para o céu de vez em quando, o sol se pundo e a noite adentrando, Deus, ele pensava, preciso chegar antes que percebam minha falta. Continuou a caminhada, sem perder tempo apressou o passo. Não queria correr, pois temia chamar atenção, também naquela situação se chamasse atenção ou encontrasse alguém conhecido estava morto. Continuou tentando andar o mais rápido possível, fazia de tudo para desviar das poucas pessoas que haviam na rua naquele momento e para não esbarrar em ninguém.
O chapéu o protegia contra olhares curiosos, ele sabia que era o único a usar um smoking aquela hora e naquele bairro, mas o que podia fazer, tinha que vê-la, e precisava ser naquele momento, aquela situação havia sido prolongada, mas não tinha importância, ele sabia que cometendo uma loucura, porém era um homem apaixonado, e ao mesmo tempo condenado.
Passaram-se alguns momentos e seu telefone tocou, ele olhou para o número que estava estampado na tela e recolocou-o no bolso, não iria atender, depois daria uma desculpa. Se tudo desse certo ninguém lembraria de nada, ele só precisava de mais alguns minutos, mais alguns quarteirões e estaria a salvo.
Ele ainda lembrava do momento que a havia visto pela primeira vez, linda, mas mesmo assim tinham tudo para dar errado, os pais contra, interesses distintos e futuros incertos, mas ele sabia que a queria para a vida toda, só faltava convencê-la disso.
Por hoje o futuro deles estava certo, a salvo, por hoje ele não faria mais nada, e era apenas isso que ele tinha que garantir, o hoje. No amanhã ele pensaria depois.
Virou a esquina mais uma vez, já conseguia ver o seu destino ao longe, pegou um cigarro do bolso e colocou-o sem jeito na boca, assim teria uma desculpa, saira pra fumar. Passou as mãos pelo cabelo e voltou a pensar nela; ele a havia prometido passae todos os momentos possiveis junto dela, e ela memso com lágrimas nos olhos deu um pequeno sorriso e aceitou, porém seu sorriso não chegou nos olhos, deixando neles a tristeza trazida por ele.
Não fazia aquilo de propósito, não a queria machucar, a fumaça passava queimando em sua garganta, e sua consciência atrapalhava ao pensar em tudo que ela estava desistindo, porém era necessário. Ele não tinha culpa de amar duas mulheres, seu coraçao era egoísta não conseguia escolher, e por mais que fosse errado, ficaria com as duas.
Terminou de andar os cinquenta metros que faltavam, entrou na igreja e colocou um sorriso no rosto, agora não era hora de pensar nisso. Umas das coisas mais importantes para ele estava prestes a entrar em sua vida definitivamente. Ele sorriu, sua família estava lá, todos os seus conhecidos estavam, ele se encaminhou até o altar e esperou a música que começaria a qualquer momento, mudar sua vida, mesmo que uma angustia insistisse em abraçar seu peito.
Não muito longe dali uma janela aberta fazia com que as cortinas balançassem, a casa, agora vazia, fazia com que o cheiro do encontro saisse com o vento. Um bilhete mal presa a foto dos dois, que ficava na mesa de cabeceira, mostrava que a tristeza que ele havia visto antes era dificil demais para ela suportar.
No bilhete estava escrito que ela sempre o amaria, porém não aguentaria viver aquela situação, enquanto ele dizia sim a outra ela tomou uma atitude, mas as sirenes nunca estariam peerto o bastante. E o cheiro metalico de sangue invadiu a rua, manchando-a de vermelho.





(Foto retirda do google)

3 comentários:

Anônimo disse...

Aeee valeu Gabi, ficou legal. =)

João G. Viana/Pudim disse...

Gabi, ficou muito bom!
Seus textos estão demais, parabéns.

Anônimo disse...

Amei. Escritora de contos.
A incertesa, a prepotencia, a escolha, a angustia, o fim de tudo.
Excelente gabi = ]