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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O Palácio Vitral: XIX - História

Foto: Guilherme Carnaúba

por Pudim

Ao terminar os relatos, o diretor suspirou lentamente, levantou-se, ofereceu água aos visitantes e esvaziou seu copo. Deu uns passos pela sala, fazendo perguntas sobre os alunos e o desafio. Depois, conduziu-nos pela biblioteca, mostrando volumes muito conhecidos e esboços promissores. Respondeu umas poucas dúvidas, e retomou a narrativa:
“Os dois amigos passaram muito tempo explorando o Palácio Vitral, e decidiram reviver o plano inicial dos mentores deste lugar. Convocaram várias excursões para aqui, alvejando principalmente crianças e adolescentes que pudessem se interessar pelo projeto do Palácio. A idéia deu certo, e por volta de 1920 já trabalhavam cinqüenta pessoas. Exímios artistas. Poucos eram os escritores, mas havia também músicos, desenhistas e pintores. Alguns até ousaram expor suas obras na Semana de 22, mas não foram muitos: a partir daí os líderes decidiram que seria melhor o Palácio manter-se em segredo.”
“Havia também jovens biólogos e botânicos, herança da paixão pela natureza de Beddome. Aliás, ele nem chegou a ver os anos de ouro do Palácio; escolheu passar seus últimos de vida na sua cidade natal, e morreu em 1911.”
“Foi o outro companheiro inglês o responsável pela ascensão exponencial da produção artística nas décadas seguintes. O filho de Albert Lewis, se ainda não souberem, chamava-se Clive Staples, ou C.S. Grande parte de sua biblioteca pessoal se encontra aqui. Além disso, o escritor, embora não tenha se envolvido muito profundamente com o Palácio, mandava cartas com certa freqüência, e discutia alguns textos produzidos por nós no The Inklings, junto com Tolkien, como devem ter descoberto.”
“Juntei-me a este reduto intelectual no seu apogeu. Contávamos com cerca de 250 internos, e recebíamos mais de quinhentos inspetores assíduos, em busca de material de pesquisas e aprendizado. Isso por volta de 1945.”
“De então surgem os dados dos documentos que vocês investigaram. Na primeira gravação, quem falava era M.S. A gravação foi editada, originalmente Master Sid dizia seu nome sem rodeios. Foi ele quem me convidou, bem mais diretamente do que eu os convidei. Ele escreveu o primeiro bilhete visto por vocês, e era o ‘Amigo’ do segundo.”
“Mas foi nesse período que nosso sonho começou a definhar. Com a intensificação dos conflitos na Segunda Guerra Mundial, o suporte estrangeiro se extinguiu. O Palácio teria condições de sobreviver ileso à guerra, não fosse a cisão.”
Assim que pronunciou a última palavra, Romeu manifestou seu ódio esmigalhando a taça de cristal; o punho fechou-se com força, o sangue na mão tensa evidenciou alguns cortes rasos.
Tivemos que segui-lo à enfermaria, onde rapidamente lavou as mãos e as cobriu com ataduras. Evitando o assunto, ainda conversou um pouco sobre os tempos em que dirigira nossas escolas, antes de lembrar preocupado: precisava dispensar os que fugiram pela Gemini.
“Vamos avisar os monitores.”

Um comentário:

Tuma disse...

Agora sim! Muita informação foi dada, mas ainda permanece o mistério. Gostei muito da idéia de juntar vários "movimentos" sob a égide do Palácio Vitral... muito bom Pudim!