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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Através do espelho obscuro, capítulo 26


Foto: Guilherme Carnaúba

por Tuma

O resto do dia transcorreu calmo. O médico veio logo após os policiais saírem, e constatou que não havia nada de errado com o desmemoriado. Disse ser normal ter dores como a que Ferdinando descrevera após ferir a cabeça, e que ele não deveria se preocupar. Ferdinando e Nino almoçaram, e depois este falou para aquele algumas coisas sobre a banda que haviam ouvido mais cedo.

- The Sandmen foi uma banda única – descrevia o anfitrião, animado -, eles fizeram um tipo de música que nunca havia sido feito. À primeira vista, parece só uma banda muito boa, mas quanto mais você ouve, mais os temas e o ritmo da música penetram em você. Eu sonho com o dia em que terei ouvido o suficiente deles para entrar em alguma espécie de nirvana.

Ele continuava:

- A família deles era em parte daqui, sabe? O pai deles, William, era descendente dos Honey, uma família poderosa de Miranda. Mas depois, a maioria dos membros da família morreu e ele se mudou para Prospera, onde conheceu Anne Roy, com quem se casou e teve quatro filhos: Ike, Morf, Fant e Hip Honey-Roy, mais conhecidos como The Sandmen. Os quatro procuraram uma gravadora chamada Caliban, que tinha sede em Prospera na época, com algumas fitas demo de covers, e o dono adorou e os contratou na hora.

E acrescentava:

- Infelizmente, eles só lançaram um álbum, para o qual deram o nome de Through A Glass, Darkly. É uma citação da Bíblia, acho. Mas tudo que cerca esse álbum é cercado de mistério. Depois dele ter sido lançado, a banda fez uns três ou quatro shows e sumiu. Dez anos depois foram descobrir que os quatro tinham peregrinado pelo mundo durante todo esse tempo, e morrido num acidente de carro dois anos antes. Mas aí, já era tarde demais, a banda estava esquecida.

E ainda:

- Aqui em Miranda, ninguém gosta muito de falar no assunto, mas tem outra coisa perturbadora sobre esse disco: algumas gravações da época mostram os integrantes discutindo sobre o álbum, e falando que ele teria dez faixas. Mas, quando ele foi lançado, só havia nove. Em Miranda, ninguém leva isso muito a sério, alguns ficam até ofendidos, mas o fato é que a história dessa faixa perdida é um mistério até hoje.

E ele dizia, e Ferdinando ouvia atento.
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Um comentário:

João G. Viana/Pudim disse...

Vamos, homem de mil nomes, lembre, lembre!