
Foto: Bruna Pimenta
por Tuma
O Tolo, ao cair no sofá, caiu também num sono pesado e profundo. Nino, o rapaz magro e comprido, mandou chamar um médico, e os dois policiais permaneceram com ele, enquanto esperava. O médico chegou logo, examinou a cabeça e o resto do corpo do Tolo, e fez um curativo bem acima da testa. Depois, foi embora. Nino dispensou também os policiais, eles se ofereceram para ficar, mas Nino recusou. Ele tinha Ernest, o mordomo: ele o protegeria, caso alguma coisa acontecesse.
Embora o Tolo tenha dormido a noite toda, Nino permaneceu vigilante ao seu lado, praticamente sem piscar. Pela manhã, Ernest veio trazer o café, e ainda nesse momento Nino continuou esperando. Finalmente, por volta das nove horas, o Tolo acordou. Levantou-se devagar, com uma das mãos na cabeça e a outra apoiando seu corpo, e se sentou. Olhou para o rapaz magro e comprido e, com um certo esforço, falou:
- Quem é você? – ao que o outro respondeu:
- Meu nome é Nino, e o seu? – de testa franzida, o Tolo disse:
- Eu não me lembro.
Nino o encarou, sério, e então se levantou e foi até o Tolo. Ajoelhou-se à sua frente, tomou as mãos dele entre as suas e, levantando a cabeça, perguntou:
- Você não se lembra de nada? – O Tolo fez um gesto de negação com a cabeça, enquanto Nino se levantava e afastava. O rapaz ficou caminhando pela sala durante um tempo, parecendo confuso. Levava as mãos ao queixo, para logo depois tirá-las. Erguia a cabeça, olhava para as paredes, dava voltas ao redor de um mesmo ponto. Finalmente, parou. Parecia decidido. Virou-se novamente para o Tolo e voltou a se aproximar dele.
- Eu já sei. – disse – Enquanto você não puder se lembrar de seu nome verdadeiro, vamos chamá-lo de Ferdinando.
.
Um comentário:
Coitado, depois de tudo isso ainda tem que aguentar ser chamado de Ferdinando?
Tuma, acho bom vc escrever mais, e rápido!
Postar um comentário