E eu digo, e daí? E daí que o dólar sobe a cada dia, proporcionalmente à miséria que vejo nas ruas? E daí, que enquanto esses miseráveis que agonizam pela fome e pela esperança, outros - ou melhor, nós mesmos - seguem despreocupados e ingenuamente felizes? Pois sejamos felizes. Vivamos, sabendo que outros tantos matariam para viver como nós, e levar nossa vida estressante do cotidiano "escola, trabalho, refeições e diversão".
Pessimista? Acusa-me de ser algo que abomino. E quem sou? Não me pergunte, não sei quem sou - sei o que sou: entre tantos, utópica. Vá, ria! Formule seus preconceitos - e daí? Ris de mim por idealizar o nirvana social; nada faço de mal. O homem é animal sonhador, mas acima de tudo, de grande potencial. A utopia de hoje pode ser a realidade de amanhã, se somadas as potencialidades e a boa índole dos cidadãos.
Então deixe-me navegando em meus "devaneios humanistas". Deixe-me acreditar que nós jovens um dia consertaremos esse estrago absurdo e fatal que vocês causaram neste mundo, onde o homem é homem pelo que possui e não pelo que deveras é. E não se atrevam a dizer, quando nossa utopia for completa, que foram vocês que a inocularam em nós. Mentira.
Se o que procura é reconhecimento, ou talvez um último alívio a essa alma capitalista, não se engane: junte-se a nós. Não basta gritar palavras bonitas - são só palavras. Reflita, racionalize, sinta, e então diga sem medo: "Quero a utopia". E que se faça a luz.
A minha utopia? Era justamente essa: convencê-lo. Convencê-lo de que utopia não é ruim, muito menos fantasiosa. Convencê-lo de que nós - eu, você e eles - a faremos do "lugar nenhum" um espaço real.
Foto: Bruna Pimenta
Um comentário:
Bravo!
Postar um comentário