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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Através do espelho obscuro, capítulo 18


Foto: Guilherme Carnaúba

por Tuma

Após outra tentativa de se desvencilhar do aperto forte do mendigo, João conseguiu se afastar e deu-lhe as costas. Logo em seguida, uma sensação ruim pousou em seu estômago. Ele tentava andar até a fonte, mas suas pernas tremiam, pareciam prestes a ceder, e seus passos intermitentes falseavam de um lado para o outro.

Tudo tremia e parecia prestes a se fragmentar. A fonte à sua frente vibrava freneticamente, como se uma mão invisível a estivesse chocalhando. O solo balançava como um navio na tormenta, e as cores se misturavam indecisas. Somente o gato, sentado nas patas de trás sobre o limite da fonte permanecia imóvel, encarando João com seus olhos amarelos (ou seriam verdes?).

João viu aparecer em seu campo de visão um vulto enorme, uma sombra que parecia ter vários tentáculos e que avançava rapidamente em sua direção. No meio da escuridão formada por aquela figura, João divisou um sorriso enorme, grotesco, e dois olhos brilhantes e fluidos. Antes que a sombra o alcançasse, porém, o mundo girou mais uma vez, e a última coisa que ele viu foi o azul lusco-fusco do céu substituir a praça em seus olhos, e a sombra subir e começar a pular na fonte enquanto uma voz familiar gritava, ao longe

- Ei! Ei! Ajudem, o Tolo está caindo!

...E tudo mais se apagava.
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Um comentário:

João G. Viana/Pudim disse...

Putz, agora tá ficando bom.
Esse lance de envolver a cidade em um monte de mistérios foi genial. Tá muito bom, parabéns, Tuma!