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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Através do espelho obscuro, capítulo 25


Foto: Guilherme Carnaúba

por Tuma

Os dois policiais, acompanhados de Ernest, entraram um pouco assustados. Perguntaram o que havia acontecido, Nino disse que fora só uma crise de dor. Mandou o mordomo chamar o médico, e convidou os visitantes a se sentar. Antes de o fazerem, porém, se aproximaram de Ferdinando e o cumprimentaram. O mais alto e cabeludo estendeu a mão e disse:

- Fellwin, Bingo Fellwin.

Enquanto o gordo encapotado fazia o mesmo e dizia:

- Vladimir Spassky.

Nino disse a eles que o forasteiro não se lembrava de seu nome, nem de nada, mas que podiam chamá-lo de Ferdinando. E então se sentaram. Ficaram em silêncio alguns instantes, parecendo constrangidos por terem chegado em um momento daqueles. Spassky, porém, tomou a palavra:

- Veja, ahm, Ferdinando, nós precisamos saber o que aconteceu com você, por que você estava ferido, sim? – O
desmemoriado pensou por um instante e respondeu:

- Mas eu não me lembro de nada.

- Nada mesmo? Mas como você veio parar em Miranda? Veja bem, alguma coisa você tem de lembrar. – A face se Ferdinando se contorceu em uma rápida expressão de dor, antes que ele dissesse alguma coisa.

- Olha, eu acho que... eu acho que eu sofri um acidente de carro... eu simplesmente acordei sangrando dentro de um carro e, bem, eu não sei, eu vim para cá.

Os dois policiais se encararam. Dessa vez, Fellwin tomou a palavra:

- Nós achamos ontem o carro de um homem chamado Eliott Hartman acidentado na estrada que vem de Prospera. Ele estava dentro, morto, e havia no local também o carro de um outro homem, um estrangeiro. Encontramos indícios de que havia outra pessoa no carro com Eliott, e supomos que seja você... esse nome lhe diz algo, Eliott Hartman?

Por um momento, Ferdinando pensou ter sentido um leve tremor em sua mente, como se algo estivesse prestes a brotar. Mas a sensação logo passou.

- Não, não me diz nada.

O policial então tirou do casaco a foto de um homem gordo, bigodudo e careca, que se assemelhava curiosamente com seu parceiro, embora fosse mais rosado, e mostrou para Ferdinando.

- Você o reconhece?

Ferdinando ficou em silêncio um instante, observando aquelas feições levemente familiares, mas negou novamente.

- Não, esse rosto não me lembra de nada.

Fellwin fez uma cara de desgosto, mas logo voltou à expressão indiferente habitual. Levantou-se e, imediatamente, seu parceiro imitou o gesto. Foi esse quem tomou a palavra, pela última vez.

- Muito obrigado Ferdinando, obrigado Nino. Assim que soubermos mais sobre o que aconteceu, avisamos vocês. E, se você se lembrar de algo, diga para nós. – arrematou, olhando Ferdinando nos olhos.

E saíram, deixando o homem, o rapaz e o mordomo sozinhos e silenciosos
.

Um comentário:

João G. Viana/Pudim disse...

Cara você está manipulando a nossa mente, está deixando todos os que lêem o seu folhetim muuito intrigados.
Tá muito bom, não consigo esperar pra ver a continuação...
Ainda bem que o seu é diário e não está em crise por o autor estar sem tempo, como o meu