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terça-feira, 18 de novembro de 2008

O Palácio Vitral: XVI - Gemini

por Pudim


A decoração do lugar era básica, como no anterior. Os outros oito participantes saíram tão avidamente que nem se deram conta de como a pista dali estava evidente.
Só restava bisbilhotar as gavetas e as prateleiras do armário. O complexo sistema de chaves que o protegia quase serviu para eliminar Anderson. Um olhar decepcionado de Renato foi suficiente para que o amigo não abandonasse o time.
“Mas vamos tentar ser mais rápidos”, adicionou asperamente.
Na verdade, todos podiam compreender a conduta apressada do mais novo. Havia apenas uma gaveta aberta, contendo a chave de uma outra, que escondia a da próxima, sem qualquer dica de qual ela seria. E assim por vinte e oito gavetas e doze compartimentos de estantes, até surgir algo relevante. Talvez o objetivo fosse exatamente eliminar os que não estavam dispostos a entender o verdadeiro enigma do palácio.
“Cheguei a pensar que nosso prazo era longo demais”, Álvaro comentou, segundos antes de poder enxergar os entalhes no revestimento da última divisória da mobília.
Quem é o herdeiro do Palácio Vitral?”, Witch leu com um tom de interrogação mais próprio de uma dúvida pessoal do que do sinal de pontuação na frase. Que não havia sido esculpida com tanto capricho.
Para certo consolo, havia ainda uma derradeira chave guardada ali.
Após algum tempo de sugestões, concluiu-se que o melhor a fazer era o menos compatível com o esquema do jogo: testar todas as portas da Ala dos Cajueiros.
Kevin e eu concordamos silenciosamente em não mencionar nada sobre nossas idéias discutidas. Pelo menos até que o grupo inteiro chegasse ao final. Instintivamente, porém, o líder tomou o artefato metálico da mão de Witch e correu para o grande portal. O mesmo que inicialmente supusemos ser a saída.
O instrumento serviu na abertura central do par de portas. Moveu as lingüetas das fechaduras, abriu algumas das travas e... disparou um teclado de telefone!
Kevin sorriu. Além da empolgação pelas inconcebíveis teorias confirmadas, era engraçado comparar o dispositivo tecnológico com a arquitetura antiga representada no resto da construção. Segurou por algum tempo o punho fechado a alguns centímetros dos números, antes de usar os dedos suados para acertar na primeira tentativa. Quem é o herdeiro do Palácio Vitral?

5 – 3 – 8 – 4 – 6

K – E – V – I – N

Atrás das gigantescas peças de madeira que se moviam com ruído assombroso, lentamente se descobria, sentada numa poltrona bem maior do que se julgaria necessário, no centro da maior biblioteca já vista por qualquer um dos sete estudantes espantados, a figura emblemática e eternamente sorridente de Romeu Squalor.





Foto: Bruna Pimenta

Um comentário:

Tuma disse...

Pudim, cara, vc vai escrever o capítulo novo agora! HAhahaha, mal posso esperar pela continuação, tá muito bom!